domingo, 19 de setembro de 2010

2- Não, meu Deus! Me salve!

 
[Lago]

Bom quem já passou pela situação de conhecer os pais da sua namorada ou namorado vai entender tudo que vamos escrever aqui. Que situação mais TREVA!! Enfim...

Estávamos na casa de Caldas, um belo dia de sol e tal e tal. Depois de atos realmente memoráveis(6), de cozinhar com minha linda namorada e depois almoçar com ela, estou eu de calcinha e camisa, escovando os dentes no banheiro. Até aí belezA! Mas é aí que começa a ação.
Como disse, estava eu totalmente tranquila conversando com Caldas, vestindo apenas uma calcinha e camisa, até que Caldas olha pela janela e grita: "Amor coloca a calça agora! Meu pai tá subindo! ". Eu saí correndo LOUCA! Peguei minha calça, corri para o banheiro, corri para o quarto e Caldas falando para eu vestir minha calça! Até que consegui trancar a porta do banheiro, enxaguar a boca e coloca a calça. Ufa!
Então decidimos descer, porque não havia sinal do pai dela por perto, mas que o carro dele estava lá em baixo estava!
Graças a Deus saí sã e salva para minha casinha.


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[Caldas]

Um comentário antes de escrever o final do dia, na verdade uma dica: Se vocês estiverem de calcinha e escovando os dentes da casa da sua namorada cujos pais não apenas não te conhecem como também não aprovam a idéia NÃO TERMINEM DE ESCOVAR OS DENTES PRA COMEÇAR A SE VESTIR, meu amor ficou tão desesperada com a situação que se não fosse pelos meus pedidos de que ela colocasse logo a calça, ela faria isso iAUSHiushAUI


Enfim, continuando o dia, acreditem EU tive que sair com a mãe dela.
Calma, começando do começo....
Depois do susto com meu pai, que graças a Jah resolveu passar no salão de minha mãe antes de subir, tivemos a idéia de ir no MAM, assistir o Jazz.
Me arrumei e fui pra casa dela, chegando lá ela me diz com a cara mais normal do mundo que a MÃE dela se autoconvidou pra ir também.
Por mais traumas que eu tenha das mães das minhas namoradas (mesmo aquelas que não sabiam que as filhas eram minhas namoradas) minha sogra foi bem gentil. Nada foi dito explicitamente. Ainda moramos com nossos pais, portanto tentamos respeitar os limites deles. Até porque, acho que ainda não foi comentado aqui, somos de familias evangélicas. Alias, por falar em não comentar, já contei que nos conhecemos na igreja? HAHAHAH Essa é uma outra longa historia. Enfim, ela teve medo de encontrar meu pai, eu conheci a mãe dela (esperta o bastante pra sacar que não somos só amigas) e assim vivemos mais um daqueles dias que, antes de dormir, a gente pensa na nossa sorte, no quanto ainda é difícil namorar com alguém do mesmo sexo e ainda assim como vale a pena arriscar e ser feliz.


xx

terça-feira, 7 de setembro de 2010

1- Não Sei Onde, Mas Fui A Uma Festa Na Ilha

  Véspera de feriado sempre tem dois lados: ou é muita maresia ou é loucura total. Esse ano foi calminho gostoso, mas me fez lembrar dessa mesma véspera há quatro anos atrás.
  Uma grande amiga que mora no Rio estava passando o feriado aqui e eu resolvi meio que de surpresa fazer uma visitinha. Ela estava literalmente jogando umas roupas na mochila e me dando pressa, pressa pra ir pra onde mesmo?! Ela me lembrou de uma festa que uma outra amiga nossa que morava na Ilha de Itaparica iria dar por lá. Eu até que tentei argumentar pra não ir, mas 20 minutos depois já estávamos na minha casa jogando agora roupas na minha mochila.

  Os detalhes importantes são os seguintes: as pessoas que sabiam onde era a festa tinham marcado 2 horas antes do horário que a gente chegou nas lanchas, nós NÃO tínhamos o endereço e estávamos coincidentemente sem celular.

  Entramos na lancha e fosse o que Deus quisesse... E o que Ele quis foi dar um banho na gente. Dia de chuva, mar revolto, lancha balançando e espirrando agua pra todo lado! Chegamos na Ilha.
  Acreditem, saímos perguntando a TODOS que tinham cara de moradores locais '' Você conhece uma menina baixinha, assim assim..." A sorte deu uma ajudinha, achamos a casa dela, MAS A FESTA NÃO ERA LÁ!
  O irmão dela, solicito, deu o endereço da outra casa meio que assim "Vocês pegam um onibus até a madereira tal, entram numa rua de terra, andam uns 20 minutos, lá pra vigésima quinta casa vocês gritam pra ver se ela ouve vocês".

  Pegamos o buzão com o dobro de pessoas que a lei permitiria e umas galinhas. Chegamos na estrada de terra, noite escura, nenhum poste, casa de uma lado e mato do outro. Um rapaz com cara de que estava de ressaca, mares etílicos, apareceu no meio do escuro. Ou ele matava ou salvava... salvou. Disse que tava acontecendo uma festa algumas casas na frente.
  Gritamos, gritamos. Meia hora depois ouviram a gente, meio mortas de fome, de frio, de cansaço e prontas pra perder as estribeiras nos confins da Ilha.

Por  alguns motivos óbvios eu não lembro direito como foi a festa, mas sei que uma semana depois eu liguei pra casa avisando que estava na Ilha e iria ficar mais uns dias la! Hahaha


By Caldas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Começando do início





  Até meus 20 anos de idade, pensava eu que as histórias mais incríveis que alguém podia ter eram de meu tio Rubem. Ao conhecer Caldas percebi que essa minha idéia estava totalmente ERRADA! De idas a festas na ilha de Itaparica sem fazer a mínima idéia de onde aconteceriam, até dormir numa cela. Isso mesmo: cela, polícia, cadeia... Calma, ela não foi presa nem nada tá bom?!
A cada história que Caldas me contava, e diga-se de passagem: se não fosse ela eu NUNCA iria acreditar - eu sentia mais e mais vontade de que tais histórias estivessem num blog. Porque não é justo tanta insanidade fazer somente a uma pessoa, EU, morrer de rir.


 Então, estamos aqui, até que enfim! Depois de certa insistência ela achou que a idéia de um blog talvez fosse legal. Criamos um blog, um blog para nós duas, mas que as maiores e melhores histórias, aquelas em que você vai morrer de rir e não vai acreditar como que tal coisa pode acontecer com uma pessoa, sejam contadas. É, pois é, estou falando de Caldas!
Vocês não perdem, em NADA, por esperar.




By Lago.

domingo, 29 de agosto de 2010

 
A intimidade é uma coisa interessantissima, sempre que eu paro pra pensar que na primeira vez que a gente saiu eu observo a mudança absurda que o dia-a-dia causou. Pra que fique mais claro, não são dez anos juntas, nem cinco, nem dois. Em quatro meses eu já percebo a construção desse universo paralelo que eu não tenho com mais ninguem. Na primeia vez que a gente saiu eu lembro das tantas coisas que eu lembrava-de-não-fazer e não fiz(Se não fosse o fato de que eu perdi o dinheiro do cinema no bar que eu tava antes de ir teria sido um desempenho memorável) aí acaba a primeira saida, depois de uns dias o primeiro beijo, o namoro oficial, a primeira noite juntas, a primeira briga... e de repente eu me pego andando pela casa dela de meias, deixando minhas coisas espalhadas, usando a mesma toalha e é aí que a gente começa a chegar nos caminhos sem volta. Acordar e escovar os dentes juntas, CONVERSANDO. Porque não fazer xixi enquanto a outra ta no banho? Não vejo mal algum em ve-la lavando a calcinha no chuveiro ou fazer um curativo naquela ferida inflamada. Me lembro de uma bebedeira, jogo do Brasil é sempre um motivo pra exagerar, eu vomitei na rua e não queria que ela visse o que tava acontecendo, brigamos por isso. Até meu vomito tem que fazer parte do compartilhamento de vida? Semana passada estavamos lavando o cabelo no banho, eu juntando aqueles fios safados que se não forem impedidos irão entupir o ralo, ela fazia o mesmo, no fim do banho eu automaticamente juntei tudo pra jogar fora e me dei conta da trajetória que estavamos seguindo. Eu não tô aqui pra dizer que a intimidade é ruim, ela não é. Se é boa eu também não sei, mas sei que ela um termômetro. Quando se dorme com uma pessoa pela primeira vez é comum acordar e ir pro banheiro escovar os dentes, rapidinho, pra não parecer cuidadosa demais, voltar e dar aquele beijo de bom dia, mas na decima vez as duas já sabem que aquilo alí não faz parte da rotina.Agora eu olho pro lado de manha e dou aquele beijo cheio de amor e saliva da noite anterior e me sinto feliz, eu sei que ela se sente feliz também. Quando estamos sozinhas agimos de forma nata, sem vergonhas sociais. E é aí que a intimidade te diz se pode ser assim quando você também está com alguem. Claro que não é divertido arrotar na frente de quem você ama todo dia, nem contar o que você viu na sua ida ao banheiro, mas olhar pro lado e saber que por mais que as coisas não sejam sempre fresquinhas, cheirosas e delicadas aquela pessoa é quem você quer diz muito mais do que qualquer carta de amor.