domingo, 29 de agosto de 2010
A intimidade é uma coisa interessantissima, sempre que eu paro pra pensar que na primeira vez que a gente saiu eu observo a mudança absurda que o dia-a-dia causou. Pra que fique mais claro, não são dez anos juntas, nem cinco, nem dois. Em quatro meses eu já percebo a construção desse universo paralelo que eu não tenho com mais ninguem. Na primeia vez que a gente saiu eu lembro das tantas coisas que eu lembrava-de-não-fazer e não fiz(Se não fosse o fato de que eu perdi o dinheiro do cinema no bar que eu tava antes de ir teria sido um desempenho memorável) aí acaba a primeira saida, depois de uns dias o primeiro beijo, o namoro oficial, a primeira noite juntas, a primeira briga... e de repente eu me pego andando pela casa dela de meias, deixando minhas coisas espalhadas, usando a mesma toalha e é aí que a gente começa a chegar nos caminhos sem volta. Acordar e escovar os dentes juntas, CONVERSANDO. Porque não fazer xixi enquanto a outra ta no banho? Não vejo mal algum em ve-la lavando a calcinha no chuveiro ou fazer um curativo naquela ferida inflamada. Me lembro de uma bebedeira, jogo do Brasil é sempre um motivo pra exagerar, eu vomitei na rua e não queria que ela visse o que tava acontecendo, brigamos por isso. Até meu vomito tem que fazer parte do compartilhamento de vida? Semana passada estavamos lavando o cabelo no banho, eu juntando aqueles fios safados que se não forem impedidos irão entupir o ralo, ela fazia o mesmo, no fim do banho eu automaticamente juntei tudo pra jogar fora e me dei conta da trajetória que estavamos seguindo. Eu não tô aqui pra dizer que a intimidade é ruim, ela não é. Se é boa eu também não sei, mas sei que ela um termômetro. Quando se dorme com uma pessoa pela primeira vez é comum acordar e ir pro banheiro escovar os dentes, rapidinho, pra não parecer cuidadosa demais, voltar e dar aquele beijo de bom dia, mas na decima vez as duas já sabem que aquilo alí não faz parte da rotina.Agora eu olho pro lado de manha e dou aquele beijo cheio de amor e saliva da noite anterior e me sinto feliz, eu sei que ela se sente feliz também. Quando estamos sozinhas agimos de forma nata, sem vergonhas sociais. E é aí que a intimidade te diz se pode ser assim quando você também está com alguem. Claro que não é divertido arrotar na frente de quem você ama todo dia, nem contar o que você viu na sua ida ao banheiro, mas olhar pro lado e saber que por mais que as coisas não sejam sempre fresquinhas, cheirosas e delicadas aquela pessoa é quem você quer diz muito mais do que qualquer carta de amor.
sábado, 21 de agosto de 2010
Olha, um blog novo no meu cabelo, mata mata!
Uma cabeça quente, um pé frio e mil histórias pra contar.
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